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À caminho da educação

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A histórica comunidade de pescadores é carente de serviços básicos. Para estudar, as crianças precisam se deslocar para Barra de Maricá, desde que a escola do bairro foi fechada pelo estado há alguns anos. No início de 2009, a unidade foi municipalizada, mas por enquanto só tem aulas para turmas de 1° e 2° anos primários.

O caminho até a escola mais próxima é dificultado pela falta de transporte. Como não existe linha de ônibus que ligue Zacarias aos outros bairros da cidade, as crianças caminham cerca de 3 quilômetros. Para evitar o sacrifício, os pais do estudante Victor Moura, de 11 anos, contrataram um carro de aluguel.

“Pago R$ 50 por mês porque não quero que meu filho perca aulas. Mas essa é uma despesa que poderia ser evitada. Moramos ao lado de uma escola que o meu filho não pode usar”, disse Vanez Soares, pai do estudante.

Outras soluções foram improvisadas pela população. Andar de táxi no local não é luxo, é necessidade. Percebendo a precariedade do serviço de transporte, taxistas adequaram seus veículos para fazer ‘lotadas’. Eles cobram R$ 2 por pessoa e fazem o trajeto de Zacarias ao Centro.

“Os ônibus levam cerca de duas horas para passar na estrada. Depois de caminhar tanto até o ponto, ainda temos que esperar embaixo de sol e chuva. Os táxis passam de cinco em cinco minutos. Já acostumamos a andar neles”, relata o morador Cristiano Marins Batista, 34 anos.

A Prefeitura de Maricá informou que não existe previsão para a formação de novas turmas e que este ano a unidade já sofreu avanço com a disponibilidade dessas vagas. Antes o local funcionava apenas com o projeto Curumim, que proporciona atividades socioeducativas para as crianças da comunidade.

Em relação ao transporte, a prefeitura declarou que está fazendo um estudo e conversando com a empresa Costa Leste sobre a possibilidade de remanejamento de uma linha para o local.

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